COLABORADORES
Capa Lucas Hit
Foto Álvaro Julião
Agradecimento Sebo do Hit – Clube da Vip
LUCAS HIT E SUA PAIXÃO PELAS REVISTAS (E PELA GALISTEU)
Falar sobre o mundo das revistas é o assunto preferido de Lucas Hit, colecionador de revistas masculinas e que se considera um especialista na área, e podemos garantir que sim, quando o assunto é o mundo das revistas o Hit é um PHD. Ele é um aquariano que acabou de completar 40 anos, e 27 deles são dedicados a estudar, catalogar e ranquear as revistas masculinas já impressas no Brasil, e recentemente tem mais uma categoria na área que ele conquistou, o de “dono de sebo”, Lucas Hit faz de sua paixão pelas revistas seu principal trabalho hoje. Com seu carisma e total entendimento no assunto ele faz de seus conteúdos criados para suas redes sociais um deleite para colecionadores e fãs das revistas.
Ele já protagonizou uma das capas mais surpreendentes da nossa revista ATITUDE (edição 57, maio 2021) e agora ele volta à capa com mais um ensaio exclusivo e uma entrevista cheia de boas histórias.
Você acabou de completar 40 anos, e desde os seus 13 você já coleciona revistas, como começou essa paixão na sua vida?
Sempre fui uma criança que gostava de ler, um hábito que agradeço muito minhas primeiras professoras da escola por me ensinarem isso, e a biblioteca da escola sempre foi meu lugar preferido, eu era daqueles alunos que fugiam da aula de educação física e do recreio para ficar na biblioteca descobrindo novos livros e até ajudando a bibliotecária na organização do espaço, aquilo pra mim era um prazer. Eu entrando na adolescência e descobrindo novos tipos de leitura, na biblioteca mesmo eu comecei a me interessar por revista de conhecimentos e notícias gerais, como Veja, Istoé e Época, era um tipo de leitura que eu gostei ainda mais que o livro em si, pois era mais rápida e eu tinha vários assuntos diferentes para ler, esse tipo de revista era minha leitura preferida eu alí com meus 12 anos.
Mas teve algum motivo especial que te fez começar a colecionar revistas?
Aí já entra a Adriane Galisteu na história, em março de 1998, eu lá com meus 13 anos, eu ganhei de uma amiga da escola uma foto de uma loira de olhos verdes, foto recortada de jornal, sem legenda, somente a foto. Eu achei aquela mulher bonita e colei no meu caderno da escola. Bem pouco tempo depois, eu na biblioteca, percebi que tinham chegado novas revistas para consulta e leitura, e essa caixa de novas revistas eram apenas revistas Caras, o que não era comum ali na biblioteca por não se tratar de material de “estudo” né? Não era uma revista de leitura em si, mas foi a caixa de revista mais importante da minha vida, pois a primeira revista da pilha era uma edição que trazia aquela loira dos olhos verdes que estava colada no meu caderno na capa principal, foi ali que descobri o nome dela, Adriane Galisteu, comecei a ler incansavelmente sobre a sua história e me apaixonei instantaneamente, no mesmo momento que li essa revista Caras eu já me considerei fã dela. E por causa da Adriane eu mudei um pouco meu estilo de revistas preferidas, se antes eu só lia as revistas de notícias “sérias” eu migrei para as revistas de celebridades por causa dela, foi nesse mesmo período que eu li e aprendi um pouco mais sobre a revista Playboy, descobri que ela (Adriane Galisteu) tinha sido capa da revista em 1995, e eu comecei uma batalha para conseguir um exemplar dessa edição, o que para mim, na época, era muito distante, eu morava em Jerônimo Monteiro uma cidadezinha pititica no interior do Espírito Santo, e eu também frequentava igreja com minha família, uma revista de nudez não era nada comum pra mim. Só sei que consegui a revista com um colega de turma, o pai dele assinava a revista Playboy e ele pegou da coleção do pai e me deu a revista com Adriane Galisteu na capa, aí eu fiquei mais apaixonado ainda, pela Adriane, e agora também pela revista Playboy, foi assim que comecei a colecionar revistas masculinas.
Normalmente os meninos adolescentes do Brasil tiveram contato com a revista Playboy bem antes dos seus 13 anos como você contou, essa foi mesmo a sua primeira vez vendo a revista?
Sabe que com o tempo eu me lembrei de uma outra ocasião, antes dessa com a Adriane que eu vi uma Playboy? Você tem razão quando diz que a revista entra na vida dos meninos bem cedo, rsrs. Era 1991, eu tinha 6 anos e lembro de encontrar uma revista Playboy com a Karmita Medeiros na capa escondida nas coisas dos meus irmãos mais velhos, esse sim foi meu primeiro contato com a revista, mas eu ali não tinha nenhuma consciência do que era aquilo, era só pra “ver mulher pelada” mesmo, diferente desse contato com a revista da Adriane, que eu pude ler a revista, entender melhor a história dela, ainda mais que era uma edição especial de 20 anos, também pude admirar a arte do ensaio feito na Grécia da Adriane, foi uma ótima segunda impressão, uma paixão certeira.
Quais revistas eram as suas preferidas?
Eu entendia o poder da Playboy, e amava a Playboy, mas quando eu descobri a revista VIP eu gostei ainda mais, e considero a VIP a minha revista masculina preferida do Brasil. Isso foi em 1998 mesmo, a primeira revista masculina que eu comprei na minha vida com meu dinheiro foi a VIP de outubro 1999 com Adriane Galisteu na capa, olha a loira aí de novo, rsrs, custou R$5,00, nunca me esqueço. Nessa época a VIP tinha uma leitura bem divertida, era uma revista para o público mais jovem (diferente da Playboy), me identifiquei mais com a VIP pois eu tinha 13 anos na época. Esse final dos anos 90 era o auge das revistas masculinas no Brasil, a Playboy batendo a marca de mais de 1 milhão de exemplares vendidos no mês com Tiazinha e depois com Feiticeira pegando o recorde, e foi bom para todas as publicações, e eu gostava de todas, Playboy, VIP, Sexy, Ele Ela, SexWay, e todas que apareciam na banca de revistas eu queria ver e conhecer.
Você tem um perfil famoso nas redes sociais, o Clube da VIP, que você mesmo diz que é um perfil para “reviver e celebrar a história das revistas masculinas do Brasil”, como nasceu esse perfil?
Minha turma do Clube da VIP veio do Orkut, lá eu criei uma comunidade para os colecionadores comentarem sobre a revista VIP, o nome Clube da VIP vem da revista. Esse ano o Clube da VIP tá completando 15 anos, me deixa super orgulhoso, pois a turma de colecionadores mais legal do mundo, a que chegou no Orkut ainda está comigo até hoje, e no perfil eu faço listas e rankings importantes, eu convoco quem entende bem das revistas e do colecionismo e criamos listas como, As 50 Maiores Musas da Playboy, As 30 Maiores Musas da Sexy… Sem contar que anualmente temos a lista oficial das 100 Mulheres Mais Sexy do Mundo, que já fizemos 12 edições, minha ideia é perpetuar a tradicional lista que a revista VIP mesmo fazia quando era impressa. Lembro das centenas de entrevistas com as musas das capas que fiz, foi muito incrível, o trabalho que mais me orgulha no Clube da VIP.
E como é hoje ser dono de um sebo?
Parece que toda a minha vida de colecionismo, essa paixão louca por revistas, me fez chegar ao momento de hoje. Ser dono de um sebo é minha maior realização como colecionador, sem dúvidas. O meu Sebo do Hit nasceu durante a pandemia, que fiquei sem trabalho e estava bem difícil as coisas pra mim, minha única solução possível na época para ter uma renda era vender a minha coleção de revistas que eu tinha juntado há 23 anos, mais de 2.000 revistas masculinas de todos os títulos, costumo dizer que não foi um desapego, foi um desespero mesmo, decidi vender minhas revistas para poder pagar as contas. E de imediato deu muito certo, incrivelmente e rapidamente eu entendi esse propósito, quem já me seguia, principalmente conhecidos do Clube da VIP foram meus primeiros clientes. Hoje, o Sebo do Hit já completou 4 anos e eu vivo dele desde então, é meu único trabalho, já vendi mais de 6.800 revistas e tenho mais de 8.000 ainda no meu estoque. Eu entendi que ser dono de um sebo estava escrito, uma hora ia acontecer comigo, e eu aceito e sei da minha importância para os outros colecionadores que eu atendo, sinto que esse meu trabalho de agora só alimenta meu legado de colecionador e amante das revistas masculinas, hoje isso é minha missão: ajudar outros colecionadores a completarem suas coleções, e sou muito feliz nesse trabalho.