ALLY DYLA

COLABORADORES
Capa Ally Dyla
Foto Ana Temponi
Assessoria DD Assessoria

 

Novo single de Ally Dyla chega carregado de empoderamento e reforça o prazer feminino

 

 

Acaba de estrear em todas as plataformas digitais, “Leoa da Madrugada“, o novo single da cantora e compositora mineira Ally Dyla. Carregada de empoderamento e reforçando o prazer feminino, a canção chega com uma sonoridade pop e muita representatividade e protagonismo lésbico.

Composta pela artista, “Leoa da Madrugada” busca exaltar a mulher fugindo da objetificação comum. Ally escancara no novo trabalho, como o prazer feminino está ligado única e exclusivamente à mulher. Dessa forma, traz uma narrativa de um encontro sexual entre duas pessoas do sexo feminino, em que elas não performam um ato sexual hétero padrão, quebrando os estereótipos de “passivo e ativo”.

 

 

Para contar mais detalhes sobre o single, processo de composição e muito mais confira uma entrevista exclusiva com a artista que estampa a nova edição da Atitude Mag:

 

Para começar, como está sendo a emoção de estrear este single?
Estou muito feliz, “Leoa da Madrugada” com certeza é minha música mais pop e tem um potencial gigante para trazer muita representatividade e diversão para as pessoas. Trabalhamos muito no processo de divulgação e quero muito acompanhar nos próximos dias a reação do público, já que quando o assunto é sexo e principalmente, sexo entre duas mulheres, é um tabu enorme e muitas pessoas não se sentem confortáveis com o assunto. Então, acho que Leoa vai ser um divisor de águas no sentido de mostrar “para quê?” estou me lançando na música, vai com certeza mostrar muito ao público.

 

Conta um pouco como surgiu a inspiração para criar “Leoa da Madrugada”?
Costumo brincar que “Leoa da Madrugada” foi um presente, porque ela veio muito fácil. Eu sentei em frente ao piano e toquei o primeiro acorde, então a melodia veio… “é, por essa noite eu vou mostrar…”. Eu tinha a intenção de tentar escrever sobre algo que nunca tinha escrito antes, então falando de tema, realmente tive a intenção de escrever sobre sexo entre duas mulheres, buscando trazer o que mulheres como eu pudessem se indentificar. Uma coisa que sempre me deixou chateada é a falta de representação que temos, fora que quando algo é criado com essa temática, sempre é colocado de uma maneira muito irreal, então não causa identificação. Enfim, mas a parte que mais foi fácil de escrever foi o refrão, literalmente parei de tocar no piano e comecei a bater palmas, no estilo meio que carimbó e simplesmente as palavras saíram da minha boca, como se eu nem precisasse ter pensado, elas só surgiram. Deixei a música vir da maneira que ela precisava que fosse.

 

Em “Leoa da Madrugada”, você quebra estereótipos de papeis de gênero ao retratar duas mulheres trocando e ocupando todas as posições. Como foi o processo de concepção dessa ideia e para ti, o quão importante é trazer essa temática?
O processo de concepção em si foi muito tranquilo, já que é algo que eu vivo. Sou uma mulher lésbica e meus dois únicos relacionamentos foram com mulheres e continua sendo. Então, no caso dessa música, eu simplesmente me espelhei em vivências pessoais.
Para mim, é muito importante falar sobre isso, porque é muito cansativo para pessoas como eu ter nossa sexualidade anulada ou estigmatizada a todo momento. Quis trazer algo real, algo que nós pudéssemos nos identificar. Além do mais, acho extremamente cansativo ouvir músicas que falam sobre sexo objetificando a mulher o tempo todo e exalando padrões heteronormativos. Está na hora de trocar o disco, de falar do prazer feminino e de como ele é poderoso e viril.

 

 

Sobre a representatividade lésbica que a música carrega. Fala um pouco como você avalia esse cenário na música e como você busca fazer parte dele?
Acho que nem dá para falarmos em cenário ainda, porque dá para contar nos dedos quantas músicas trazem esse tipo de visão sobre sexo. Se pudesse falar em sonhos, seria um prazer fazer parte da vanguarda que vai trazer temáticas como essa. Acho que tem tanto espaço para que as diversidades floresçam. Acho que músicas como “Leoa da Madrugada” vão abrir espaços para quebrar cada vez mais esse padrão que perdura a tanto tempo.

 

Como você espera que as pessoas recebam essa canção?
Olha, espero que recebam de cabeça aberta. É uma música que fala sobre sexo e sexo entre duas mulheres, além disso eu fiz questão de empoderar a palavra “xota”, então sei que estou entrando num meio bem delicado, que mexe com o que as pessoas estão acostumadas. Eu sei que as pessoas não estão acostumadas a ouvir uma mulher gritar para os quatro ventos “eu quero a sua xota”, mas elas vão se acostumar e quando mal perceberem estarão se libertando de amarras que nem sabiam que existiam e vão passar a falar “xota” como sinônimo de força e prazer.

 

Em “Me Priorizar” você também trouxe questionamentos e reflexões. Para ti, produzir música para além do entretenimento é o seu papel com a arte? Conta um pouco mais sobre isso?
Sem sombra de dúvidas, esse é o meu caminho e digo mais, a música que te faz refletir não precisa ser uma música para um momento mais introspectivo ou para momentos mais, digamos, minimalistas. A música que te faz refletir também pode te fazer dançar, pular, rir e chorar.
A música, na minha opinião, é a arte que mais tem poder de influência. É a arte que te domina e te absorve mais rápido, antes que você perceba. A música marca uma geração e como essa geração vai se portar no momento de definir o rumo do mundo. Então, temos que lidar com a música de forma responsável e entender que existe a possibilidade de milhares de pessoas estarem ouvindo aquilo. Então eu carrego muito isso dentro de mim, será que eu to ajudando essas pessoas de alguma forma? ou será que essas pessoas que se sentirem atingidas pela minha música vão se esforçar para quebrarem paradigmas e serem seres humanos que queiram evoluir?

 

 

Se pudesse definir “Leoa da Madrugada” em uma palavra ou em uma frase, como definiria?
Gatinha assustada aqui não tem vez e pra me provar vai ter que virar leoa da madrugada.

 

Deixe aqui uma breve mensagem convencendo o público a ir agora ouvir sua nova música?
Se vocês quiserem ouvir uma música que vai te ensinar a sentir prazer, sem amarras e sem julgamentos, e principalmente vai te ensinar a ter orgulho da sua xota, escute “Leoa da Madrugada”. Só tome cuidado, pode ser que depois de ouvi-la vocês queiram novas experiências.

 

ANDYN RAMOS

PUBLISHER

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