BELEZA NEGRA

COLABORADORES
Foto Binho Dutra
Hair – Gustavo Sabino
Make Up
– Preta

 

DESFILANDO AS ÁFRICAS DAS RESISTÊNCIAS E REBELDIAS PELA VALORIZAÇÃO IDENTITÁRIA QUE CAMPOS RECEBEU

 

 

A beleza natural e a cor da pele negra são tão intensas como de qualquer outra etnia e as pessoas negras devem inspirar-se nesse viés para erguer a autoestima predominante da estética afrocêntrica como forma de luta e resistência colocando os corpos negros em espaços públicos e sociais que desconstruam a estigma de que eles estão fadados a inferioridades expressas nas descrições físicas como a cor da pele; o formato da boca, do nariz, da estrutura corpórea e da textura do cabelo.

O concurso representa, portanto, a autoafirmação africana no Brasil e em Campos dos Goytacazes-RJ que, para além da exibição dos corpos, pretende-se apresentar um conceito de beleza relacionado aos costumes da cultura negra global por intermédio do uso de indumentárias, enfeites, acessórios, penteados, maquiagens, danças; legitimando o pertencimento dos participantes e o reconhecimento das suas raízes históricas.

A fantástica beleza negra está no contexto da sociedade brasileiro desde a chegada dos africanos escravizados nesta ex-colônia, fato explicado na escolha de belas (os) escravas (os) negras (os) para exercer o trabalho reprodutivo doméstico, numa dualidade com a satisfação dos desejos carnais dos seus senhores e das suas senhoras, uma marca associada ao sistema escravocrata, unindo racismo, subalternidade e sexismo, heranças das violações colonialistas e da inferiorização/submissão das raças.
Nesse sentido, a desconstrução do padrão de beleza atribuído na sociedade atual reforça a herança e as memórias africanas confirmando a apreciação da identidade negra que enriquece o Brasil. Concordando com o poeta diríamos que beleza é fundamental, mas sem padronização porque somos diversos, cada etnia, cada grupo, cada comunidade constitui-se de memórias, histórias, tradições e narrativas que constroem elementos
importantes que distinguem estereótipos, belezas, estéticas e outros artefatos que merece respeito e reverência.

Totinho Capoeira
Mannu Ramos
Eniolá Ramos Coutinho

 

“Coragem e coração começam com COR!”
Yasmim Serafim

 

“O concurso beleza negra Campos RJ, com esse formato inovador, além de promover o empoderamento em diversos âmbitos no sentido literal da palavra, me traz um auto pertencimento digno de me sentir uma princesa afro-brasileira e isso é incomensurável.”
Daiane de Jesus Santos

 

“Tire seu preconceito do meu caminho. Eu quero passar com minha cor!”
Shara Vitória P. Machado

 

“Uma mulher que é poderosa, não fala que é poderosa. Ela simplesmente vive esse seu poder.”
Lauany Alves

 

“Uma mulher poderosa incomoda muita gente, mas é capaz de chegar onde quiser!”
Vanessa Gomes

 

“Que a beleza negra tenha o merecido reconhecimento. Queremos representatividade!”
Yasmin Virgílio

 

“A trança era uma rota de fuga na era da escravidão e para mim foi um jeito de “fugir um pouco” dos preconceitos e racismo na minha infância.”
Karolaynne Silva

 

“Aceitação e liberdade para ser quem realmente sou! Sem medo de ser Feliz.”
Francinni Silva

 

“O meu cabelo crespo não ponho na chapa, minha raça, minha cor, aguenta minha marra, minha ancestralidade no peito não é para qualquer um. É basalto que emana dos meus poros, minha consciência é pedra nesse instante.”
Lais dos Santos Silva

 

“Precisamos ser criadas para liberdade, o mundo é grande demais para não sermos quem a gente é. Meu cabelo crespo se tornou uma identidade de dentro para fora e a beleza negra significa muito para mim.”
Sarah Apolinário

 

“Sou uma verdade de pequenos fragmentos de uma mulher preta. Referência que me tornei!”
Rosângela da Hora

ANDYN RAMOS

PUBLISHER

No Comments Yet

Leave a Reply