FOTOS MOISÉS PAZIANOTTO
BELEZA CARLINHOS ALCANTARA
PRESS RL ASSESSORIA
Especialista no tratamento da Cannabis Medicinal
Dra Ailane , vamos voltar um pouco ao passado e saber , pq escolheu essa profissão ?
Todo nós nascemos com um propósito de vida a razão pela qual acordamos todos os dias, que nos dar forca e nos faz seguir adiante todos os dias, compartilhamos o sentido de sermos uteis, de nos sentirmos pertencidos e de fazermos a diferença na vida das pessoas que estão a nossa volta .
A medicina começou realmente a fazer sentido na minha vida após a morte da minha mãe devido a um câncer, por me ver limitada a ajudá-la e me sentir incapaz de dar um pouco de dignidade durante os seus últimos dias de vida na presença de sua família. Após sua morte eu fiquei muito doente e questionei se realmente o propósito da minha vida era a medicina, afinal eu acreditava em uma medicina que era capaz de ajudar a tratar a causa e não somente amenizar os sintomas, uma medicina que olhava para o ser humano como um todo corpo, mente, emoção e espírito e não para uma parte, eu fiquei profundamente decepcionada e resolvi abandonar a medicina convencional, fui em busca da minha cura e de uma nova profissão na qual fizesse mais sentido para o que realmente eu acreditava . Tirei um ano sabático onde achei minha cura e através do conhecimento de várias medicinas ressignifiquei a minha profissão. Podendo realmente desempenhar a medicina na qual acredito e faz sentido.
Para mim a cura se dá a todo momento, na mudança de estilo de vida, na superação de hábitos negativos, de crenças limitantes e na escolha pela nutrição completa de seu organismo.
Eu escolhi ser médica por acreditar que o médico atua como mentor do paciente ensinando aos seus pacientes como promover a saúde, como funciona o seu organismo durante sua jornada em direção a saúde, coloca em suas mãos ferramentas que irão auxiliá-lo lo durante sua jornada em direção a saúde e na sua própria cura.
Você é especialista no tratamento da Cannabis, qual foi o seu maior desafio ?
O preconceito ainda existente devido a história de perseguição as drogas junto ao crescimento do capitalismo, as pessoas acreditam que toda cannabis é maconha e não sabem a diferença entre o uso medicinal e o adulto / recreativo. A falta de conhecimento das propriedades terapêuticas e da interação em nosso organismo.
Ainda há preconceito?
Sim, ainda existe muito preconceito quando falamos em tratamento medicinal a intenção é utilizar os princípios medicinais da planta cannabis sem os efeitos intoxicantes do THC como euforia, boca seca, alteração da cognição, alteração do apetite entre outros.
Lamentavelmente, me parece mais fácil aceitar a cannabis como planta da maconha utilizada para fins recreativos que contêm altas concentrações de THC com a intenção dos efeitos intoxicantes a realmente estudá-la e aproveitá-la na medicina. A discriminação se dá justamente pela falta de conhecimento de como essa planta é uma das poucas que atua diretamente no nosso organismo, através do sistema endocanabinoide o maior sistema já descoberto até hoje ajudando a promover o equilíbrio de todos os outros sistemas do nosso corpo. Ela foi uma das primeiras plantas a serem domesticadas, utilizada para agricultura e para fins alimentares, mas com a história veio o capitalismo, onde o lucro se sobrepõe ao bem-estar em termos de saúde.
Quais são os usos comprovados de remédios à base da Cannabis?
Hoje temos a nossa disposição vários estudos que comprovam a eficácia do tratamento a base de cannabis medicinal e dividimos em vários níveis de evidências.
As evidências atuais são baseadas em revisões sistemáticas substancial: Tratamento da dor crônica em adultos.
Tratamento das náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia, espasticidade por esclerose múltipla (EM), convulsões intratáveis nas síndromes de Dravet e Lennox-Gastaut.
moderada: Melhora do sono em indivíduos com transtornos do sono associados a síndrome de apneia obstrutiva do sono, fibromialgia, dor crônica e esclerose múltipla.
Diminuição da pressão intraocular no glaucoma.
limitada de eficácia: Melhora dos sintomas da demência, do Parkinson, redução dos sintomas de esquizofrenia, positivos e negativos, melhora do transtorno de estresse pós-traumático (PTSD), aumento do apetite e diminuição da perda de peso associada a HIV, Melhora dos sintomas da síndrome de Tourette, Manejo da deficiência, mortalidade e outros resultados associados à lesão cerebral traumática / hemorragia intracraniana, Melhora dos sintomas de ansiedade nos transtornos de ansiedade social.
Em epilepsia, onde o uso já é comprovado, qual é o benefício?
A epilepsia é uma condição neurológica debilitante que afeta milhões de pessoas no mundo todo. Alguns pacientes sofrem com convulsões uma ou duas vezes por ano, enquanto outros podem sofrer quase ininterruptas ao longo do dia.
O CBD é uma alternativa para o tratamento de crises epilépticas, mesmo nos casos em que a doença não responde aos tratamentos tradicionais (epilepsia refratária). O canabidiol alivia os sintomas primários das crises convulsivas; apoia a saúde cerebral, reduzindo a frequência e gravidade das crises; modula os receptores no cérebro que são encarregados de controlar várias atividades cerebrais e diminui a neuroinflamação associada à epilepsia, regulado pelo sistema endocanabinoide.
Como uma pessoa hoje pode ter acesso aos medicamentos à base de CBD?
E necessário o paciente passar em consulta médica com um médico especializado em terapia canabinoide. Após a consulta o paciente tendo indicação clinica para tratamento com produtos a base de cannabis o médico faz a prescrição com o produto especifico mais indicado para esse paciente.
Hoje quando o médico receita, onde a pessoa compra o medicamento?
Com a nova decisão da Anvisa, os pacientes poderão adquirir também os produtos em farmácias comuns com sua receita médica ou através do processo de importação com a autorização da vigilância sanitária.
Para a aquisição nas farmácias o tipo de receita vai depender da concentração de THC no medicamento. Se ela for menor do que 0,2%, o produto poderá ser prescrito por meio de um receituário do tipo B, também conhecido como “receita azul”. Caso as fórmulas contenham mais de 0,2% de THC, entretanto, é necessária uma receita Tipo A (ou receita amarela), mais restrita, lembrando que temos somente 3 produtos com autorização nas farmácias. Já pelo processo de importação, caso o perfil do produto indicado para o paciente ainda não esteja a venda nas farmácias do Brasil, o médico faz uma receita em receituário comum, o paciente entra no site do governo federal faz um cadastro para solicitar a autorização da importação do produto, e dentro de 14 dias ele recebe a autorização podendo assim efetuar a compra diretamente pelo site da empresa recebendo o produto em sua casa.